Houve um incêndio numa boate de Santa Maria, RS, que matou mais de 200 jovens (falam, neste horário, em 250 mortos e mais de 100 feridos).

Inicialmente quero deixar a todos os envolvidos, principalmente aos pais daqueles jovens, os meus mais sinceros sentimentos. Não vou dizer que compartilho da sua dor porque só esses pais podem avaliar o tamanho dessa dor.

Só posso dizer que sinto muito, sinceramente.

Mas o motivo deste post é uma pergunta que está ecoando nas redes sociais: “Onde estava Deus nessa hora?”.

Vi “crentes” (ou “religiosos”, ambos assim, entre aspas) culpando as vítimas por estarem num local supostamente impuro. (E nenhum desses se lembrou que muitos já morreram dentro de igrejas….)

Vi ateus criticando e ridicularizando religiosos porque Deus não teria interferido na ocorrência.

Teve fanático dizendo que a tragédia teria ocorrido por conta da cidade se chamar “Santa” Maria.

E vi a busca de todos os culpados possíveis e imagináveis: os donos da boate, os seguranças, o prefeito, os fiscais, os bombeiros, enfim, toda e qualquer pessoa que pudesse ser responsabilizada por uma tragédia que foge a nossa compreensão.

Eu espero que os reais responsáveis sejam identificados e devidamente punidos (e, neste instante, não vou me arriscar a aponta-los, atitude que deveria ser imitada por todos aqueles que, como eu, não tem conhecimento de todos os fatos).

Mas eu gostaria de tentar responder a questão: onde estava Deus nessa hora?

Acho que Deus estava onde sempre esteve, permitindo que cada um de nós usássemos de nosso livre arbítrio escolhendo nossos caminhos.

Não somos marionetes na mão de um ser cruel, vingativo e, não raro, injusto, segundo a concepção geral.

Somos espíritos em situação de aprendizado, com nossos erros e acertos, mas sempre sendo responsabilizados por cada um de nossos atos, atos esses que escolhemos, que não nos são impostos.

Lamento cada uma daquelas mortes.

Lamento cada ato equivocado das pessoas que contribuíram para que essa tragédia ocorresse.

Mas tenho a confiança absoluta na Justiça Divina, que irá amparar aqueles que sofrem neste instante e que irá permitir que os eventuais responsáveis pela tragédia possam se redimir de suas escolhas equivocadas.

É aí, nesse proceder perfeitamente justo que está Deus, ainda que não consigamos compreender bem esse mecanismo, mesmo porque nos falta a visão da eternidade e de todas as experiências que já tivemos em outras existências.